25 de fev. de 2011

O TEXTO ABAIXO FOI ESCRITO SOB PERSPECTIVA ESTRITAMENTE BÍBLICA,
PARA O PÚBLICO QUE TEM NA BÍBLIA SUA REGRA DE FÉ E VIDA.

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Falsidade, engodo, apostasia, todas estas são palavras que descrevem o que o cristão pode esperar das “igrejas” e do governo, nos tempos finais. Não é preciso procurar qualquer coisa óbvia, má ou pecaminosa, mas algo apelativo, bom e recheado de termos bíblicos.
Tudo vai ser apresentado por confiáveis eruditos, até mesmo pelos apóstolos de liderança. Existe atualmente um movimento na Igreja destinado a restaurar os ofícios de apóstolo e profeta dentro da mesma.
Alguns acham que o problema com a Igreja é falta de liderança apostólica e profética. O laicato precisa ser mantido numa prestação de contas maior. A Igreja está tropeçando por falta de liderança, visão e autoridade.
Então, a fim de preencher essa necessidade, apóstolos e profetas estão brotando através do mundo e para coordenar o esforço, o “Apostolic Council of Prophetic Elders” (Concílio Apostólico de Anciãos e Profetas) foi estabelecido em Palm Springs, em 1999, com C. Peter Wagner como o “apóstolo principal”: é tempo de nos organizarmos conforme os verdadeiros princípios bíblicos e eles vão nos ajudar a fazê-lo!
Na página 8 do livro de Wagner “Apostles and Prophets, the Foundation of the Church” (Apóstolos e Profetas, o Fundamento da Igreja), ele afirma que a razão do sucesso da Igreja Primitiva foi que ela teve um fundamento: primeiro, os apóstolos, segundo, os profetas. Hoje em dia já não existe um fundamento sobre o qual se construir (e onde fica o Senhor Jesus Cristo, segundo a 1 Coríntios 3:11?).
Wagner acredita que tem havido apóstolos e líderes através da história da Igreja, líderes visionários como Martinho Lutero, porém não foram reconhecidos desse modo. A Igreja da atualidade tem sido fundamentada sobre mestres e administradores, desde que o sermão se tornou o ponto focal do culto de adoração, de modo que já não existe liderança nem visão (p. 10).
Ele cita George Barna, o duplo pesquisador, como dizendo: “Enquanto a Igreja persistir em ser conduzida por mestres, ela vai tropeçar. Identificar, desenvolver, apoiar e sustentar LÍDERES dotados vai renovar a visão, a energia e o impacto da Igreja” (p. 11).
Em "Church Quake" (Terremoto na Igreja), seu livro texto de 71.000 palavras, ele afirma que a “Nova Reforma Apostólica” será tão revolucionária e pulverizadora na terra como foi a de Martinho Lutero.
Vocês se lembram de Peter Wagner no último capítulo? Ele é um grande proponente das meta-igrejas (com propósito?) e das igrejas em células. Ele foi um discípulo do falecido John Wimber, fundador do Vineyard Church Movement (Movimento da Igreja Videira). Ambos ocuparam assentos no “Department of Church Grouth” (Departamento do Crescimento da Igreja), no Seminário Teológico Fuller.
Após o falecimento de Wimber, Wagner mudou-se para Colorado Springs, onde formou o Global Harvest Ministries (Ministérios da Colheita Global) e tornou-se o apóstolo principal do International Council of Apostles, tendo criado a Apostle Round Table, pela qual é responsável.
Ele engloba o “Movimento de Crescimento da Igreja”, as Igrejas em células, a Nova Reforma Apostólica e a Teologia do Domínio do “Reino, já!”.
Ele é muito prolífico e escreveu outro livro intitulado “Apostles of the City: How to Mobilize Territorial Apostles for City Transformation” (Apóstolos da Cidade: Como Mobilizar Apóstolos Territoriais para a Transformação da Cidade), no qual descreve a organização dos apóstolos: os apóstolos translocais ficam acima dos pastores, os quais são supervisores do povo, ficando responsáveis uns pelos outros, crescendo na hierarquia.
Wagner acredita que um líder apostólico visionário é necessário para supervisionar um mover de Deus. Ele e outros proponentes acreditam que os apóstolos e profetas conduzirão o Corpo de Cristo ao estabelecimento do Reino de Deus na terra. Vocês já ouviram isso? (claro, é uma teologia de Agostinho de Hipona, o maior teólogo católico romano!) Esses apóstolos vão conduzir a Igreja ao domínio da terra!
Gostaria de dar a vocês apenas mais um exemplo do livro intitulado “Moving in the Apostolic” (Movendo-se no Apostólico), de John Eckhardt, com prefácio de Peter Wagner. Ele adianta as seguintes premissas:
  1. À Igreja foi dada uma comissão.
  2. Essa comissão é apostólica.
  3. Essa comissão deve e será cumprida.
  4. Visto ser apostólica, ela receberá uma unção apostólica, a fim de ser cumprida (p. 21).
Ele afirma que o Espírito Santo é um Espírito apostólico e somente uma “igreja apostólica” poderá cumprir a grande comissão (p. 24).
Ele afirma que os apóstolos são oficiais da Igreja e que "um oficial é um executivo e os executivos têm autoridade para executar comissões" (p. 32).
É uma afronta ao Corpo de Cristo, a verdadeira Igreja, dizer que a Grande Comissão só poderá ser cumprida pelos apóstolos!
Porém ainda tem mais! Ele acredita que os “Potentados são os maiores empecilhos ao avanço da igreja e devem ser tratados apostolicamente” (p. 60).
Ele afirma que estes somente poderão ser destruídos através do ministério apostólico.
Ele afirma que “embora cada crente tenha status para expulsar demônios, os apóstolos andam e ministram em status mais elevado. Os maus espíritos e os anjos reconhecem esse status. Os apóstolos são os comandantes espirituais da Igreja” (p. 63).
Ele prossegue afirmando que somente o apóstolo tem autoridade para executar os propósitos e planos de Deus: “São estes os generais e comandantes militares que irão mobilizar o povo de Deus..." (p. 65).
Eu poderia continuar sempre e encorajaria vocês a fazerem isso, se houver interesse. Existe tanta coisa a mais escrita sobre isso que deixo o restante da pesquisa a vocês: por favor, acessem o site Birthpangs (em inglês). Leiam também o capítulo 7 deste livro.
O Movimento dos Apóstolos e Profetas está ligado ao reino dos “espíritos territoriais”, mapeamento espiritual, igrejas em células, movimento do crescimento das igrejas, etc. Os participantes deste movimento lidam com o “quem é quem” no cristianismo.
Alguns exemplos: C. Peter Wagner (apóstolo principal), Dutch Sheets, Ted Haggard (novo presidente da NAE), John Kelly, Win and Charles Arn, David Yonggi Cho, Bill Hybels, Paul Crouch, Jack Hayford, Tim LaHaye, o falecido John Wimber, Juan Carlos Ortiz, Ern Baxter, Pat Robertson, Jerry Falwell, David Yonggi Cho, Robert Stearns, Mike Bickle, Reuven Doron, Che Ahn, Frank Hammond, Cindy Jacobs, Bill Hamon, John Eckhardt, Bobbie Byerly, Jim Goll, John Paul Jackson, James Ryle, Frank Damazio, Ed Silvoso, Carlos Annacondia, Claudio Freidzon, Roger Mitchell, Chuck Pierce, Rick Joyner, Kingsley Fletcher, Jim Laffoon, Barbara Wentroble, Robert Schuller, Paul Cain, Ralph Neighbor, etc.
Existe uma hierarquia de apóstolos sobre várias cidades e pastores com um ancião superior sobre uma cidade particular… talvez os evangélicos estejam aprendendo isso com a Igreja Católica Romana.
Existe em sua agenda algo mais que uma simples organização: o objetivo é conquistar!
As Igrejas Protestantes Liberais, tais como as Presbiterianas, Metodistas, etc., têm sido sempre “a” ou “pós” milenistas (significando que não esperam que Cristo venha reinar por 1.000 anos), mantendo a mesma posição da Igreja Católica Romana. Todos esses diversos ramos - desde a ICR até as Protestantes Liberais, as igrejas neopentecostais dos apóstolos e profetas e o Movimento dos Profetas - aliam-se no mesmo objetivo de tomar posse das instituições políticas e sociais.
Sabemos que a “mulher montada”, de Apocalipse 17 (a igreja apóstata) cavalga a besta (o estado político) em sua sede de domínio mundial. Isso não é semelhante ao casamento entre o “direito religioso” e a presente administração para derrotar as forças do mal e trazer o capitalismo, a democracia e Cristo ao mundo?
Em vez de repetir isso, eu prefiro ir ao capítulo 17 deste livro para uma descrição da noção extra-bíblica entre os “profetas”: uma nova geração de pessoas que acreditam estar expressando hoje a “Palavra de Deus” com o mesmo poder e autoridade do próprio Deus (apesar do fato de que erram mais do que acertam).
Mas, quem está vencendo? Eles prosseguem fazendo continuamente novas profecias, sem que NINGUÉM LHES PEÇA CONTAS e, mesmo sem entrar no mérito da coisa, eu destacaria que se trata de uma estrutura altamente autoritária e hierárquica. E agora?
Na história antiga, a Igreja perdeu o rumo e adotou a maneira secular, com o seu clero, seus edifícios e tudo o mais. Contudo, não era assim no princípio.
Nos tempos do Velho Testamento houve necessidade de líderes como Davi e Salomão, mas não no período do Novo Testamento. Todos nós somos “a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido”. Todos nós temos igual acesso a Deus através do nosso espírito humano. Estamos na videira, não numa árvore: todo crente nascido de novo é enxertado na videira e criar uma hierarquia neotestamentária é absurda tolice!
Se é assim, devemos nos tornar novamente católicos romanos, no qual o laicato perdeu todo o contato com Deus (a videira), só podendo chegar até Ele através de um sacerdote.
Hoje em dia, a Igreja apóstata está usando o modelo secular ou militar: as descrições dos títulos, funções e empregos “eclesiásticos” provêm do mundo, não do Senhor!
A Bíblia fala de dons e funções: sendo apóstolo, aquele que é enviado a plantar igrejas… isso é o que ele FAZ, não o que ele É!!!
Outros, pastoreiam, ensinam, supervisionam e profetizam: é o que eles fazem, não os ofícios que ocupam!!!
Trata-se de um ponto de vista “funcional” em vez de “posicional”: o homem não é o cabeça da Igreja, mas sim, Jesus. Existe apenas uma cabeça no corpo e todas as instruções são dadas por ela. Elas não fluem pelo corpo: cada parte do corpo tem uma conexão direta com a cabeça.
O mundo é que precisa de hierarquia e controle externo.
Jesus disse:
“Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; e, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo; Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.” (Mateus 20:25-28)
E Jesus repetiu isso:
“Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve. Pois qual é maior: quem está à mesa, ou quem serve? Porventura não é quem está à mesa? Eu, porém, entre vós sou como aquele que serve.” (Lucas 22:25-27)
O mundo gentílico opera na base de uma cadeia de comandos: a autoridade se embasa na posição e na hierarquia; os líderes medem a sua grandeza pelo poder, influência e importância.
No Reino de Deus, o maior é o menor e o menor é o maior, ou seja, o líder é aquele que mais serve!
A maneira de Deus é totalmente oposta à maneira do mundo. A maneira do Novo Testamento é aquela em que uma pessoa é controlada pelo Espírito Santo que nela habita. Satanás e o mundo carecem de uma hierarquia, mas o Corpo de Cristo, não!
Mas o que dizer da autoridade religiosa? Não devemos respeitar e venerar os líderes religiosos?
Jesus disse:
“Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo. O maior dentre vós será vosso servo. E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mateus 23:8-12)
No mundo judaico e no meio cristão apóstata existem líderes religiosos com os títulos de rabino, pastor, bispo, sacerdote, reverendo, padre, etc., mas isso não deveria existir entre nós! Somos apenas irmãos e irmãs em Cristo, cada um com o seu dom, agindo dentro do corpo. Pode haver pastores, mestres, profetas, evangelistas e até mesmo apóstolos entre nós - mas isso pelo que fazem E NUNCA PELO QUE SÃO!
Um pastor é simplesmente alguém que pastoreia e cuida das pessoas; um mestre ensina; um apóstolo é enviado para plantar igrejas; os anciãos supervisionam… nenhum destes governa sobre o rebanho: somos todos iguais, com diferentes funções!
Não precisamos de comitês para fazer uma pesquisa nacional para um pastor. Devemos buscar os dons e os santos que há entre nós. Cada um de nós possui um dom e deve exerce-lo.
A Igreja primitiva não tinha uma pessoa que fosse o “CEO” de uma organização isenta de impostos, dirigindo um staff, pregando aos domingos e celebrando casamentos, funerais e serviços eucarísticos e aconselhamentos psicológicos… tudo isso é extra-bíblico e foi copiado da Igreja Católica Romana!
E agora que Peter Wagner está copiando essa modalidade e, em breve, teremos uma hierarquia paralela à de Roma.
Não existe esse imaginário tipo de liderança na Igreja: essa é a exata organização de clero/laicato que tem causado um efeito deficitário sobre os santos, pois os próprios santos é que deveriam estar apascentando, supervisionando e ensinando, em lugar de alguns “profissionais” com elevada educação pós-gradual em crescimento da Igreja, em gerenciamento, organização, criação de programas, exegese da Palavra… chefia de cozinha, lavagem de pratos!
Nunca existiu, na Igreja do Novo Testamento, qualquer igreja com um líder ancião, um dirigente de programação ou pastor chefe: a Igreja é constituída simplesmente de irmãos e irmãs em Cristo, reunindo-se para ministrar uns aos outros.
1 Coríntios 12:28 não descreve qualquer hierarquia organizacional, quando diz:
“E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores...”
Estão descritas funções lógicas: aquele que funda uma igreja (apóstolo); o que compartilha visão (profeta); o que entrega o fundamento bíblico (mestre) e assim por diante.
Ao descrever as características dos anciãos e diáconos, Paulo está falando das qualidades de uma pessoa funcionando nessa capacidade e não nas qualificações para tal ofício: um irmão ou irmã funciona em um grupo por ter estado a par e ter sido refinado na obra pelo Espírito Santo; outros reconheceram o seu dom, sua experiência e autoridade em determinados assuntos, mas estes são dons e funções, não ofícios.
Sua legitimidade é reconhecida pelos outros por causa da sua “serventia” e do seu fruto, não por ter sido eleita ou nomeada para um cargo: um apóstolo prova o seu dom quando funda igrejas; um evangelista, pelo seu ganho de almas para Cristo; um mestre, pelo ensino e um pastor pela capacidade de apascentar bem as ovelhas: tudo isso se resume a funções e não a ofícios (ou títulos) concedidos. Ninguém precisa estudar anos a fio para aprender a ser alguma coisa (na igreja).
Deixemos que o Senhor opere em sua vida, para que possa tornar-se uma bênção dentro do Corpo.
Temos nos distanciado tanto da verdadeira Igreja, da vida simples do Corpo que eu duvido que possamos redescobri-la, a não ser através de uma boa dose de tribulação!
Somente quando formos libertados dos nossos preconceitos, de nossas posses e de nossas preocupações, conscientizando-nos de que tudo isso está indo por água abaixo, é que iremos cair na realidade e descobrir o tesouro que está guardado no íntimo do menor dos santos, permitindo que ele seja livre!
Somente quando nossas organizações, programas e profissões tiverem sido denunciados pela sua pretensão, é que o corpo ficará livre para se tornar o almejado Corpo de Cristo, no qual cada membro funciona conforme o Senhor tem agido em seu íntimo.
“Segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor, no qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele. Portanto, vos peço que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós, que são a vossa glória. Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome, Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior.” (Efésios 3:11-16)
Minha oração é para que, quando vocês meditem nestes versos, o Senhor lhes mostre o Seu Corpo e como este nada tem a ver com a instituição chamada “igreja”: Deus coloca uma variedade de pessoas em nosso meio; ELE PRÓPRIO opera em suas vidas e através delas para edificar outras vidas.
Elas não precisam frequentar uma escola bíblica nem um Seminário. Elas frequentam a “escola das árduas tribulações”, quando crescem e amadurecem no Senhor.
Elas funcionam não para criar um ofício, no qual poderão receber um alto salário, mas para edificar aos outros, a fim de que todo o Corpo fique entrelaçado e cada parte individual esteja trabalhando apropriadamente, permitindo que o amor e a vida do Senhor possam fluir através do Corpo, fazendo-o crescer e edificar-se em amor.
Esses homens dotados não monopolizam todo o show, mas protegem os mais novos na fé e os encorajam a se conectar e a crescer até à maturidade.
Eles não dominam, mas facilitam e encorajam os outros a funcionar!
Fico tão empolgado com passagens como esta que me sinto incapaz de explicar o seu real significado: a não ser que a tenhamos experimentado, é o mesmo que descrever um bom filme para um homem da caverna…
Eu realmente experimentei essa “vida da igreja” de um modo maravilhoso, de forma que sei como funciona: foram dias em que abandonávamos tudo por Cristo e o Seu Corpo. Era mais do que simplesmente ajuntamentos.
Mas hoje existe tão pouco compromisso: um ajuntamento não faz uma “vida da igreja”, quer seja num prédio ou numa casa. Entraremos neste assunto, mais tarde…
Atualmente, os cristãos se movem de um programa para o outro, por isso é que as igrejas em células, as mega-igrejas, as meta-igrejas (com propósito?), os apóstolos e profetas (e tudo o mais…) parecem tão atraentes aos cristãos de hoje: desejamos algo mais, esperando que a próxima novidade seja mais “It”. Vamos nos distanciando cada vez mais da principal intenção de Deus, conforme Efésios 3, uma corporativa expressão d’Ele mesmo sobre a terra - um organismo chamado “Igreja”.
Tenho mais a dizer sobre o que podemos fazer sobre isso, em um capítulo posterior, mas agora precisamos falar de uma das mais abusivas e mal usadas práticas do Cristianismo atual, a qual está crescendo muito no movimento de apóstolos e profetas: a subordinação.
Citamos acima os versos que são um contraste entre o conceito secular e o conceito divino de autoridade: no Velho Testamento e no mundo a autoridade depende da posição - vocês respeitam e obedecem à autoridade de outra pessoa porque ela exerce uma posição mais elevada do que a de vocês.
Muitas igrejas de hoje gostariam de ter cada pessoa numa carta de organização (ou em mapas, conforme nos referimos no último capítulo), onde cada pessoa fica acima de alguém. No caso do movimento dos “apóstolos e profetas”, um apóstolo estaria acima dos pastores de uma cidade, os quais presidem sobre as congregações… e o fluxo da autoridade iria diminuindo através do staff pastoral ou dos anciãos, diáconos, grupos de células, líderes, etc.
E, conforme vocês podem se lembrar das citações, no último capítulo de Juan Carlos Ortiz, cada pessoa deve ficar subordinada a alguém.
Existe uma forma bíblica de sujeição à autoridade, mas não dessa maneira: é uma atitude de mútua submissão, uma atitude voluntária em razão da liderança do Espírito Santo.
Existe apenas uma “cabeça” e autoridade na igreja e essa é Jesus Cristo (João 17:2). Quando a Ele nos submetemos, Ele faz com que nos submetamos aos outros, numa sujeição mútua, não numa sujeição imposta pela posição de alguém.
Ele é muito claro no verso acima e diz em Mateus 20:26:
“Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal.”
A Bíblia não ensina que os crentes tenham autoridade uns sobre os outros. Esse tipo de autoridade é condenado na Igreja:
“E ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve." (Lucas 22:25-26)
A autoridade divina não é conferida, herdada, ordenada ou expressa por homens, inclusive pelos auto-nomeados apóstolos. Ela é exercida por uma pessoa que esteja operando sob o Espírito Santo, não sendo uma autoridade intrínseca ou posicional.
Ela não pode ser imposta sobre as pessoas. Ela é reconhecida e aceita por causa da obra do Espírito, no Corpo de Cristo. Ela procede da Cabeça e é reconhecida como desta procedendo, pois é conquistada, em vez de ser absolutista e posicional.
A autoridade de Cristo flui através do cristão maduro e os outros reconhecem o mérito e dignidade dessa autoridade. A autoridade divina JAMAIS está numa hierarquia, nem se encontra num ofício ou posição. Sua fonte está no Espírito que em nós habita.
O tipo de subordinação em voga hoje em dia não é bíblico e não passa de uma desculpa para uma “pescaria rápida” nos mínimos detalhes da vida de uma pessoa, desde os assuntos sexuais até os financeiros, a fim de enquadra-la às regras não escritas e outras coisas mais da “igreja”, da célula ou do grupo de exigência (exatamente o mesmo que a ICR tem feitos há séculos, através da confissão auricular...).
A não ser que haja uma razão muito séria para suspeitar, quando alguém está vivendo em pecado grave, ninguém deve se intrometer em sua vida particular:
“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados.” (Colossenses 2:16)
“Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão, e julga a seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz. Há só um legislador que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?” (Tiago 4:11-12)
“E, além disto, aprendem também a andar ociosas de casa em casa; e não só ociosas, mas também paroleiras e curiosas, falando o que não convém.” (1 Timóteo 5:13)
“Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios.” (1 Pedro 4:15)
Fazer admoestação, sem ser intrometidos: creiam-me, o movimento de apascentar e disciplinar, as igrejas em células, os Promise Keepers e os grupos de auto-ajuda, imitadores do tipo AA, praticam a intromissão na vida íntima, nas finanças, em cada aspecto da vida.
Devemos fluir vida de uns para os outros, não nos intrometendo nem controlando ou reajustando: os cristãos realmente edificados e entrelaçados no Espírito automaticamente irão se abrir para compartilhar coisas, à medida em que o Espírito os aconselhe e dirija.
Somos como uma família e não uma corporação ou exército. Somos um organismo e não uma organização!
Uma família promove um ambiente de amor e de apoio, não de tirania ou de subordinação.
Cada igreja ou assembleia local é como uma família: é independente, auto-governada, tendo Cristo como cabeça.
Não existem hierarquias de igrejas nem apóstolos supervisionando uma cidade.
Não existe a ideia de submeter-se a alguém para receber “cobertura”.
CONCLUSÃO (O Objetivo Real dos Apóstolos e Profetas)
Existe algo particularmente sedutor no movimento dos apóstolos e profetas: ele soa “apropriadamente” como um auto-estabelecimento e tem o sabor e a ilusão de uma “igreja primitiva” verdadeiramente do Novo Testamento, como solução para a sandice e estulta natureza da tradicional Igreja institucional, especialmente quando combinada ao zelo da “Meta-Igreja” (com propósito?) pelo Evangelho ou ao modelo da “igreja em células”, o qual promete a intimidade e a oportunidade de uma Igreja funcionando livremente no lar.
Porém, no final, ela conduz a uma apostasia maior, a um informal sistema de lavagem cerebral, pressão e controle na frequência. Uma bem ungida hierarquia, a qual é militante e intimamente governada.
Existe tanto material escrito sobre isso que eu apresentei apenas a ponta do iceberg e encorajaria vocês a examinar mais um pouco. As redes das meta-igrejas (com propósito?), igrejas em células, apóstolos e profetas estão todas interconectadas. Estes são os líderes do “cristianismo” apóstata!
Eu lembraria a todos vocês que se estamos nos “últimos dias”: haverá engano!
O engodo será tão bom que a maioria das pessoas nada verá de errado com o mesmo e muitos o abraçarão. A falsidade será tão sagaz que exigirá uma clara visão espiritual para perceber a diferença!
Mas o objetivo real dos apóstolos e profetas não é apenas o de se estabelecerem como líderes a seu próprio modo: é o de trazer o Reino de Deus à terra… É O DOMÍNIO!
Eles buscam um modo de exercer esse domínio através de uma aliança com o governo, o qual pareça compartilhar de sua agenda, com um país que pareça ter um “manifesto destino” e chamado “divino” para “abençoar” as nações da terra…

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