Dia desses uma irmãzinha veio pessoalmente falar sobre minha persistência contra o uso da dança durante os cultos e, durante a conversa, ficou sem argumentos bíblicos para defender sua posição “pró-modernidades”. Diante da verdade, ao invés de resignar-se ela preferiu utilizar seu maior argumento… sua “arma secreta” para tentar me convencer:
— É que meu filho faz parte do grupo de dança e falou comigo que se não puder mais dançar na igreja ele prefere voltar para o mundão…
Não sei se ela esperava me comover, mas tal frase só serviu para me decepcionar ainda mais com o filho dela, que é um homem de mais de 23 anos que não trabalha e vive às custas de uma pensão que recebe do pai.
Sem medo e baseado na Palavra de Deus só pude responder que:
— Se seu filho depende da dança para permanecer em uma instituição eclesiástica é porque verdadeiramente ele nunca conheceu e sequer se converteu ao Senhor Deus! Melhor seria que ele já estivesse no “mundão” do que classificando sua concupiscência como ministério e incentivando outros jovens a seguir pelo mesmo caminho!
Ela ficou pálida (não sei se de raiva ou de surpresa), mas antes que falasse alguma coisa li a seguinte passagem para ela:
“Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo, para serem castigados; Mas principalmente aqueles que segundo a carne andam em concupiscências de imundícia, e desprezam as autoridades; atrevidos, obstinados, não receando blasfemar das dignidades. (...) Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama.” (2 Pedro 2:9-10 / 20-22)
Conhecendo o comportamento arrogante e inconveniente deste jovem até mesmo para com seus próprios familiares, sei que acabei acertando em um ponto nevrálgico daquela senhora, mas julgo que apesar de ter sido duro, seria eu maldito e desprezível se mentisse e deturpasse a Palavra de Deus no intuito de confortá-la através de uma mentira.
Diante da gritante realidade, ela juntou todo o seu conhecimento bíblico e formulou uma nova questão, na intenção de “cobrar” uma famosa “promessa” que foi inventada tirando-se um trecho da Bíblia de seu contexto original:
— Mas não está escrito que se crermos no Senhor Jesus Cristo seremos salvos nós e nossa casa?
Tomei fôlego, me assentei e calmamente li com ela a passagem de
Atos 16:16-40. Qualquer um que tenha lido o estudo “
Cronologia” vai compreender que tal frase não é uma promessa bíblica ampla e irrestrita. Ela foi dita por Paulo e Silas ao carcereiro que, naquele momento específico, temia grandemente por sua integridade e a de sua família, já que despertou com as portas da prisão totalmente abertas.
Faz-se necessário explicar que naquela época os carcereiros, num conceito de “administração direta”, habitavam nas próprias cadeias juntamente com seus familiares. Uma fuga como aquela iria custar não apenas a profissão, mas provavelmente a própria vida do carcereiro e talvez até de seus familiares. Esta perspectiva desesperadora explica o ímpeto de suicídio inicial relatado no verso 27.
Essa ação de pais salvando filhos através de sua fé de forma alguma é uma constante bíblica, senão Davi teria salvo Absalão… isso para não enumerar todas as gerações de reis judaicos onde sempre aparecia uma maçã podre no meio da história!
Tive pena, de verdade. O que mais aquela mãe poderia fazer? Fez com que o filho frequentasse a igreja desde muito pequeno e ele foi, inclusive, apresentado ainda recém-nascido lá na frente do templo! Cresceu indo à escola bíblica com regularidade impecável… tinha tudo para ser um cristão se tivesse se dedicado a aprender a Palavra ao invés de ter sido levado pelas ideias renovadoras, movimentos espirituais…
Em algum momento entre a adolescência e a juventude se rebelou e se afastou de tudo: foi para o mundão e andou até se envolvendo com pessoas de opção sexual ambígua… e é por essas e outras que compreendo a preocupação dessa mãe diante da possibilidade de que seu filho volte para o “mundão”.
Da mesma forma que ela tenho visto milhares de mães se iludindo sobre a salvação de seus filhos, fingindo não ver o caráter perverso, egoísta, egocêntrico, leviano e concupiscente que pode ser facilmente encontrado em muitos desta geração. O apóstolo Paulo nos previne sobre como viria a se tornar a personalidade humana:
“Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências; Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade. E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles.” (2 Timóteo 3:1-9)
Fico impressionado com a perfeição descritiva encontrada nessa passagem profética, com a descrição do comportamento feminino (sobre isso li esta tarde uma reveladora postagem de
Renato Vargens), com o detalhe do “aprendendo sempre” apesar de sua completa incapacidade de chegar ao genuíno conhecimento da verdade…
Ah… seria muito fácil mandar cada mãe pegar a foto de seus filhos, ungir com óleo fervido na fogueira santa e guardar por sete semanas dentro de um travesseiro feito com penas de asa de anjo e essa “demonstração de fé” iria salvar suas almas, depois que ela depositasse 30% de tudo o que tem na minha conta, é claro. Sinceramente eu gostaria muito de ver a esperança florescendo nos olhos dessas pessoas tão sofridas e, sem dúvida, todos iriam me achar o maior bonzinho do mundo!
E quando esses filhos tão queridos continuassem se drogando, se prostituindo, praticando o mal, não largassem o homossexualismo, matassem pessoas, engravidassem fora do casamento ou outras tantas desgraças possíveis? Aí era mais fácil ainda: era só dizer que foi por falta de fé e que se ela fizer a campanha dos 318 cegos do castelo… dessa vez vai dar certo!
Infelizmente eu não fui chamado para ter vida fácil e, mesmo no meio das dificuldades mais tenebrosas que já passei em minha vida, minha missão é falar apenas a verdade bíblica que impreterivelmente diz:
“De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” (Romanos 14:12)
Diante disso, qualquer pessoa que aceite participar de rituais místicos parecidos com as aberrações que imaginei acima, mesmo que cheia de boas intenções, não só não estará fazendo nada de bom pela pessoa querida como estará incorrendo em pecados como feitiçaria e idolatria.
Assim como muitos pais colocavam os filhos na frente da TV imaginando que esta seria uma espécie de “babá eletrônica”, muitos pais têm levado seus filhos às igrejas crendo que estão garantindo que estes estão aprendendo a ser cristãos, ou seja, estão confiando a estranhos e a lobos vorazes o papel que deveria ser exercido exclusivamente por eles!
Conheci muitas histórias de pais que não perdiam um evento na igreja e obrigavam que os filhos os acompanhassem, mas quando o assunto era vida familiar se revelavam verdadeiras desgraças: adultério, violência, alcoolismo… o trauma gerado pela radical ambiguidade de comportamentos acabou causando verdadeira aversão a qualquer coisa relacionada ao evangelho.
É triste dizer a alguém que se esforçou a vida inteira para garantir o maior bem que existe, a vida eterna, para seu filho que chega um ponto em que isso não mais está em suas mãos, que a opção feita por aquele ou aquela jovem não foi a de seguir o caminho estreito… antes preferiu percorrer o liberal, alegre e sedutor caminho deste mundo.
A estes só posso recomendar que continuem orando e, principalmente, se comportando de modo que sua própria vida seja um testemunho cristão, na esperança de que um dia estes rebeldes possam ter seus olhos abertos para a Verdade.
Em local algum da Palavra há menção de netos, sobrinhos ou
amigos do Senhor Deus… a única opção válida é a de que sejamos filhos de Deus. Tudo o mais é inútil e caminho direto para o inferno.
“Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome.” (João 1:10-12)
Não escrevo estas palavras para destruição e muito menos para tristeza. Exorto enquanto posso, na esperança de que aqueles que puderem se beneficiar de tais conhecimentos o façam enquanto é tempo, porque em breve chega a noite e nada mais poderá ser feito.
“Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos.” (Hebreus 12:6-8)
Aos tantos imitadores de Nadabe e Abiú que atualmente oferecem
o seu melhor cantando, dançando, atuando ou tomando parte em qualquer um desses modernos ministérios que surgem conforme a moda nas instituições eclesiásticas: conheçam verdadeiramente a Palavra da qual têm se utilizado apenas de partes como pretexto para suas concupiscências.
Frequentar regularmente uma instituição eclesiástica antigamente aumentava a possibilidade de que adquiríssemos algum conhecimento bíblico, mas de forma alguma é garantia de salvação: sua assiduidade não garante pedacinhos do ingresso para entrada no céu. O acesso só está garantido àqueles que conhecerem a Palavra e aplicá-la de forma prática a sua vida… esses sim, são os verdadeiros cristãos! Esses sim… são os filhos de Deus!
“O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados. Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.” (Romanos 8:16-21)
A graça e a paz do Senhor Jesus Cristo seja com todo aquele que verdadeiramente querem tê-lO como o primogênito entre muitos irmãos (vide Romanos 8:36)